segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Marginais de plantão



     O empate por 1 x 1 entre Coritiba e Fluminense, que livrou o tricolor carioca da degola e rebaixou o famoso "Coxa" de volta à Série B, no ano do seu centenário, teve por fim cenas lamentáveis. Torcedores do time da casa, que mais parecem verdadeiros marginais do que torcedores, inconformados, transformaram o Estádio Couto Pereira em uma verdadeira praça de guerra. Invadiram o gramado, agrediram o trio de arbitragem, não queriam deixar os jogadores do Fluminense entrar no vestiário, transformaram em arma contra os policiais pedaços de madeira arrancados das placas de publicidade, não sossegaram nem com disparos de bala de borracha, enfim. O saldo foi 17 feridos, sendo três policiais e quatorze torcedores, dois deles em estado grave. Um dos policiais, conhecido por soldado Gomide, foi atingido por uma placa de publicidade, chegou a desmaiar e foi carregado. Está em observação no Hospital Cajuru e passa bem. Outro ferido identificado foi  um  dos seguranças do Fluminense, identificado como Márcio de Jesus, que apanhou ao ser cercado por muitos torcedores e, segundo informações da Rádio Transamérica, teve o braço quebrado em duas partes. Os feridos foram levados aos Hospitais Cajuru e Evangélico de ambulância e por helicóptero da Polícia  Rodoviária Federal.
     No Hospital Cajuru, um torcedor foi submetido a uma operação depois de levar um tiro de borracha na clavícula. Outros dois também foram atingidos por projéteis e já receberam os cuidados necessários. Todos passam bem.
     Os policiais Luiz Ricardo Gomide, Omar Lopes e Severian Konichowicz também se machucaram durante o confronto com a torcida. O primeiro deixou o estádio de ambulância ao receber uma pedrada no rosto, o que resultou em cortes no nariz e na boca. Os outros dois tiveram ferimentos em combate, mas não correm perigo.
     A preocupação maior dos policiais é com a situação fora do estádio. Carros foram depedrados, assim como os pontos de ônibus. Uma repórter da Rádio Globo de Curitiba, de nome não identificado, ficou isolada em uma igreja, impossibilitada de sair à rua. A informação de que um policial teria morrido após levar um tiro na cabeça acabou desmentida pela própria polícia.
     - Lamentável, muito lamentável, uma cena que a gente não esperava, principalmente da torcida curitibana. Alguns torcedores do Coritiba foram até os torcedores do Fluminense jogar pedra neles, então tivemos que conter o revide – disse um policial identificado como capitão Bruno, à Rádio CBN/Curitiba.
     A confusão se estendeu para um quebra-quebra no Shopping Estação e briga entre torcedores no terminal de São José dos Pinhais. Na cidade industrial de Curitiba, torcedores quebraram ônibus que passavam pelas ruas.
     Por motivo de uma confusão em um jogo contra o Figueirense, os "coxas brancas" estão impedidos de comparecer a qualquer estádio dentro do estado de Santa Catarina. Ou seja, já é possível colocá-los no mesmo nível de torcidas como a Mancha Alviverde (Palmeiras) e Gaviões da Fiel (Corinthians), tidas como as duas piores do país, do ponto de vista do vandalismo, violência, rixas e, engajado em todo esse contexto, naturalmente, a elevada periculosidade.

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