terça-feira, 24 de novembro de 2009

Intrigas, brigas, falta de planejamento, erros, irregularidade e incompetêcia. Tudo isso ao som da marcha fúnebre como trilha sonora. Só agora a ficha caiu. Vem aí várias mudanças...

      Sábado, 21 de novembro de 2009. Compromisso marcado. Figueirense x Duque de Caxias, último jogo em casa do Figueirense. As intrigas e brigas internas, as falhas no planejamento da equipe, a incompetência evidente, os erros bobos, as partidas perdidas, que estavam tidas como ganhas, a irregularide de atuação dentro dos campos durante o campeonato, tudo isso já tinha feito surgir uma trilha sonora para a equipe: a marcha fúnebre. A certeza de que num dia não muito distante o caixão se fecharia. Era a morte precoce do sonho de voltar à elite. Não adiantava mais contar com o  magistral e efetivo  apoio da torcida e torcer por combinações de resultado: não surtiria qualquer efeito. O Atlético-GO fez tudo aquilo que o Figueirense não fez.
     A desclassificação já vem de longa data.  Começa pela falta de planejamento na estruturação da equipe e infelizes contratações de muitos jogadores ineficazes. As intrigas entre dirigentes e brigas e afastamento de jogadores por indisciplina também foi um quesito contumaz. As derotas e desperdícios de pontos para times como América-RN e Campinense, como exemplos claros, também tiveram sua parcela de culpa, assim como as muitas falhas de jogadores e, por conseqüência a irregularidade da equipe durante o campeonato ajudaram a fechar o caixão.
      No dia do jogo, cena patética acontecida no decorrer do almoço no hotel de concentração. Um dos auxiliares de Márcio Araújo e o supervisor de futebol Baré se desentenderam, motivados pela não escalação de um jogador não revelado. Pois é!
      Vamos ao jogo: o Duque de Caxias entrou em campo tranqüilo, enquanto notava o nervosismo dos alvinegros em virtude do comparecimento de mais de quinze mil espectadores. No primeiro tempo, o time  da casa não criou chances, melhorando apenas nos minutos iniciais do segundo. Mas deixou a ansiedade novamente tomar conta e praticamente faleceu quando, aos 13, Gilcimar abriu o placar. Três minutos após, os visitantes anotaram seu segundo. Leandro Chaves aproveitou lançamento de Gilcimar e fez o seu.
     A partir de então, a torcida passou a praticar gritos de "olé" em todas as oportunidades que o Duque de Caxias tinha de tocar na bola. Foi somente aos 47 que Paulo Sérgio descontou. Não havia tempo pra mais nada.
     Após o derradeiro confronto, o diretor de futebol Thiago D´Ivanenko concedeu entrevista à imprensa e tentou justificar o injustificável: "Não foi só esse resultado que nos deixou nessa situação incontornável. O fato é que a gente não conseguiu atingir o sonho que era de todos nós. O sentimento é pior do que o ano passado. Eu sei bem o que o torcedor tá sentindo", disse ele. O técnico Márcio Araújo também se desculpou por não conseguir levar o time ao acesso. Reconheceu as suas falhas, que, mesmo antes do sonho do acesso não se configurar, já era questionado por algumas opções por ele optadas, a saber: não aproveitamento de Jeovânio, afastamento de Edson (zagueiro titular) em um momento crucial para a equipe, e a insistência em deixar Schwenck, terceiro melhor colocado na classificação dos artilheiros da equipe, no banco, mesmo quando a vitória  era de suma importância.
     A torcida só perdoou três nomes: o goleiro Wilson (com justiça), Fernandes (com mérito) e Roberto Brum. Todos os demais ouviram apupos a despeito de si. Muitos encerram seus vínculos com a equipe mês que vem, e não irão renovar, tal como os provindos de empréstimo, a exemplificar Egídio, Paulinho, João Filipe, Maicon, Paulo Sérgio e Vinícius Pacheco.
      A partir de agora, começa uma reestruturação. A direção de futebol será reformulada. O diretor-superintendente Thiago D´Ivanenko irá abandonar o posto. O departamento é taxado como o grande vilão da temporada 2009, com erros de contratações, estratégias equivocadas e demora na tomada de decisões. A principal e mais criticada foi a aposta em Roberto Fernandes, que dizem ter arruinado  a estrutura tática da  equipe. Os reforços e a condução do grupo foram dois outros desastres. Marcos Baré foi outro que contribuiu negativamente para a estabilidade do grupo com ingerências nas escalações do time.
     As primeiras mudanças hão de ser confirmadas esta semana e podem atingir diferentes setores, da direção do grupo de atletas, além da comissão técnica. A temporada foi marcada por diversos problemas, a exemplificar equívoco na montagem do elenco e demora na troca de Roberto Fernandes por Márcio Araújo. Devem sair, além de Márcio Araújo, os auxiliares Luiz Henrique Dias e José Luiz Santana, e  o preparador Marcelo de Rezende, trazidos por Márcio.
     Ficou para o ano próximo o projeto de execução de um novo estádio. Idéia inicial era começar a obra esse ano, plano postergado para que o investimento desse ano pudesse ser focado na busca pelo acesso. Com a meta não atingida, está de retorno à pauta o assunto. Clube confirmou busca por novas parcerias. Uma delas é bastante provável, a com o empresário Eduardo Uram. Cogita-se que o diretor-presidente Paulo Prisco Paraíso possa fazer parte do novo grupo investidor junto à Figuirense participações, ou quem sabe até mesmo deixar o clube, conforme cogitado por Paulo há alguns meses.
    Faltando apenas um jogo a encerrar a participação na Série B, o Figueirense possui 60 pontos conquistados, 19 triunfos, três empates e 15 derrotas. No final de semana, encara o São Caetano, em São Caetanodo Sul, no Estádio Anacleto Campanella.   

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